No ambiente digital contemporâneo, tem-se observado como algumas mães constroem perfis em redes sociais para compartilhar suas experiências com a alimentação dos filhos e trocar informações a respeito de percepções, hábitos, recomendações e escolhas a respeito do que e de que modo apresentar a comida às crianças. Essa simples constatação ajuda a compreender como a Alimentação Complementar (AC) tem envolvido não apenas aspectos biológicos, mas também emocionais e sociais.
É esse tema que a pesquisadora do LADIGE Bianca Martins abordará ao XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno (ENAM), a ser realizado no Rio de Janeiro, no dia 14 de novembro. Haja vista a relevância das Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs) atualmente no que as mães falam, veem e entendem sobre a Alimentação Complementar, o objetivo do trabalho Alimentação Complementar e cultura digital: tendências de consumo alimentar através do Instagram foi realizar um estudo de caso do perfil de uma mãe no Instagram para jogar luz sobre as tendências de consumo durante a AC nessa rede social.
Como resultado, percebeu-se que o perfil foi criado com o intuito de compartilhar pratos para inspirar outras mães, e há uma tendência de valorização do método Baby Led-Weaning (BLW), com oferta de alimentos alinhados com o que se preconiza no “Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos”, com utensílios coloridos e um discurso reforçando dicas e soluções práticas para o cotidiano de mães de uma camada social média – que têm acesso a esse tipo de consumo.
No dia 14, a apresentação acontece em sessão de trabalhos de 8h às 9h50. O texto foi submetido em co-autoria com Maria Cláudia Carvalho, coordenadora do laboratório, Rafael Barbosa, pesquisador e doutor em Comunicação, e Julia Fiszer, pesquisadora de iniciação científica.